segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

cacilheiro

Quando eu era rapazote
levei comigo no bote uma varina atrevida
manobrei e gostei dela
e lá me atraquei a ela
para o resto da minha vida


ás vezes numa pessoa
a saudade não perdoa
faz bater o coração
mas tenho grande vaidade
em viver a mocidade
dentro desta geração


sou marinheiro
deste velho cacilheiro
dedicado companheiro
pequeno berço do povo
e navegando a idade foi chegando ai
o cabelo branqueando
mas o Tejo é sempre novo


Todos moram numa rua
a que chama sempre sua
mas eu cá não o invejo
o meu Bairro é sobre as águas
que cantam as suas mágoas
e a minha rua é o Tejo

certa noite de luar
vinha eu a navegar
e de pé junto à proa
eu vi ou então sonhei
que os braços do Cristo-Rei
estavam a a abraçar Lisboa





José Viana

4 comentários:

Phiwuipa disse...
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Anônimo disse...
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BlueShell disse...
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Cöllybry disse...
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